DOR NAS COSTELAS, ABDÔMEN OU NA PELVE PODE TER ORIGEM NA COLUNA, SEGUNDO ALERTA DO CIRURGIÃO DR. FABIANO FONSECA
Muitos pacientes acreditam sofrer problemas digestivos ou urinários, quando a verdadeira causa é uma lesão na coluna que irradia dor para outras regiões.
Dores que surgem abaixo das costelas, no abdômen, na pelve ou nas laterais do tronco frequentemente confundem pacientes e até profissionais da saúde. Isso porque esses sintomas podem simular gastrite, cólicas, inflamações intestinais ou infecções urinárias. No entanto, muitos desses quadros têm origem em uma lesão da coluna, especialmente na região torácica ou lombar.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que oito em cada dez pessoas terão algum episódio de dor na coluna ao longo da vida. No Brasil, o aumento da carga de trabalho sentado e a falta de fortalecimento muscular contribuíram para um crescimento superior a 30% nas queixas de dor lombar na última década.
“É muito comum que sintomas abdominais ou pélvicos sejam, na verdade, manifestações de uma irritação nervosa que começa na coluna. A dor se desloca e o paciente acredita estar com algum problema em outro órgão.”
A dor se desloca: entenda o mecanismo da irradiação
A coluna abriga e protege nervos que percorrem todo o tronco. Quando esses nervos sofrem compressão — causada por hérnia de disco, desgaste, desalinhamento ou contraturas — o sinal de dor é interpretado pelo cérebro em regiões distantes do foco inicial.
“Os nervos da coluna são responsáveis por sensações no tórax, abdômen e pelve. Se eles são comprimidos, o corpo sente dor onde esses nervos passam, e não apenas no local da lesão.”
Esse fenômeno explica por que tantos pacientes procuram gastroenterologistas, urologistas e ginecologistas antes de receber o diagnóstico correto.
“Recebo muitos pacientes que já fizeram vários exames e não descobriram nada. Quando avaliamos a coluna, encontramos a causa real dos sintomas.”
Quando suspeitar que a dor vem da coluna
- Dor que piora ao movimentar o tronco;
- Incômodo que aumenta ao ficar sentado por longos períodos;
- Exames normais para estômago, rins e bexiga;
- Queimação, peso ou sensação de choque no abdômen ou nas costelas;
- Pontadas que surgem sem causa digestiva ou urinária.
“Sempre que os exames estão normais e a dor persiste, a coluna precisa ser investigada. Ela pode explicar sintomas que parecem sem solução.”
Dores na coluna: um problema crescente no Brasil
- É a segunda condição que mais afasta trabalhadores pelo INSS;
- Quatro em cada dez consultas ortopédicas são motivadas por dor vertebral;
- Casos de compressão nervosa cresceram até 40% entre jovens adultos.
Diagnóstico precoce evita evolução para quadros graves
A maioria dos casos é tratada com fisioterapia, fortalecimento muscular e reabilitação postural. A cirurgia é reservada para quadros específicos.
“Ignorar a dor é o maior erro. Quanto antes tratamos a causa, maiores são as chances de evitar a cronificação.”
Conclusão
Dores que parecem problemas digestivos, ginecológicos ou urinários podem estar ligadas a lesões na coluna. Reconhecer essa possibilidade evita diagnósticos equivocados e tratamentos ineficientes.
“Persistiu a dor, investigue a coluna. Ela pode ser a origem dos sintomas que você não consegue explicar.”
